
Um dos principais desafios das embalagens de papelão ondulado é manter o máximo possível suas propriedades físico-químicas dos papéis aplicados na estrutura principalmente a resistência à compressão (empilhamento máximo). Em pesquisas recentes pela área de Engenharia de Embalagem da Colley, notou-se que no Brasil a Umidade Relativa (UR) é, em média, de 65% - ou seja, é o quanto encontramos de água em estado gasoso no ar, sendo o quanto mais perto de 100%, mais água presente no local onde estarão expostas as embalagens de papelão ondulado.
As variações climáticas e as condições atmosféricas impostas pelas intempéries em nosso país, trazem um grande desafio em termos de prevenções às perdas na compressão das embalagens. Tanto os fabricantes de embalagens como os clientes devem estar atentos nos impactos da absorção da umidade nas embalagens celulósicas, neste sentido seguem algumas precauções e orientações que ajudam a proteger os produtos:
Fardos de Caixas: o volume pode variar de acordo com o tipo de onda (espessura) sendo normalmente amarrados de 20 a 25 caixas/ fardo para ondas simples e 10 a 15 caixas/ fardo para ondas duplas. Entretanto, o mais importante é manter as caixas em fardos amarrados até o momento do uso em linha de embalamento no cliente, evitando abrir sem necessidade os fardos antes do uso e expondo as embalagens à umidade do local.
Paletes e Stretch-Film: as embalagens paletizadas (paletes em bom estado de conservação) e unitizadas (uso do plástico stretch-film como barreira contra a umidade) ajudam no isolamento adequado das embalagens de papelão preservando-as até o seu uso, porém recomenda-se ainda estocar as embalagens de papelão ondulado longe de portas com presença de vento e chuva, o local que deve estar seco e coberto, longe também de paredes a uma distância entre 0,5m a 1,0m.
Especificação Técnica e Produto: em setores de mercado cujos produtos são frutas, carnes e derivados congelados ou resfriados, a atenção às propriedades do papel é ainda mais importante para tentar manter o desempenho da embalagem até o destino final. Nestes casos o contato direto do produto com papel capa interna da embalagem teme umidade e se faz necessário um tratamento hidro repelente no papel (resina), aplicada quando na fabricação do próprio papel capa interna utilizado ou no processo de fabricação do papelão ondulado na onduladeira.
Neste sentido, conforme o peso dos produtos congelados/ frigorificados na embalagem, o tipo de manuseio e armazenamento, além do tempo de distribuição da embalagem até o destino final indicam características para se estabelecer níveis de tratamento do papel contra à água com o método Cobb (g/m²) que mede a absorção de água pelo papel ou papelão. O papel/ papelão ondulado sem tratamento a absorção (Cobb) costuma estar entre 40 a 50g/m², já considerando papel/ papelão em tratamento especial a absorção (Cobb) atinge níveis até inferiores a 10g/m² em embalagens destinadas em condições de alta umidade.
A tabela a seguir apresenta os níveis de perdas de resistência à compressão (empilhamento máximo) das embalagens de papelão ondulado por tempo de estocagem sob carga e no armazenamento expostas a diferentes condições de UR:
Sobre o Autor: Emilio MARTINEZ, Graduado em Design de Produtos PUC PR e Pós Graduado em Projeto e Produção de Embalagens UTFPR, possui 30 anos de experiência no segmento de embalagens em empresas no Brasil e na América Latina, dois prêmios brasileiros de embalagens e atualmente é consultor dedicado a supervisão da área de Engenharia de Embalagens da COLLEY EMBALAGENS Unidade em Joinville SC.